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07 03 SBCAT QuemSomosWesley noticiaMinha trajetória na Química começou quando ingressei no curso de Licenciatura Plena em Química da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Durante a graduação, tive a oportunidade de aprender com diversos professores sobre os fundamentos do Ensino de Química, conhecimentos que possibilitaram minha aprovação no concurso para professor da rede estadual de educação do RS ao final do curso. Nesse mesmo período, iniciei minha trajetória na pesquisa por meio de uma bolsa de iniciação científica no Laboratório de Organometálicos e Resinas da PUCRS, sob a orientação da Prof.ª Rosane Ligabue e em parceria com as professoras Sandra Einloft e Jeane de Lima, além do professor Marcus Seferin, desenvolvendo rotas de síntese para matrizes poliméricas.

Após concluir a graduação, assumi o cargo de professor de Química no ensino médio e iniciei o mestrado em Engenharia e Tecnologia de Materiais na PUCRS, sob orientação da Prof.ª Rosane Ligabue. Meu foco foi o desenvolvimento de nanotubos de titanatos para aplicação em matrizes de poliuretano. Devido a efeitos observados nesses materiais, surgiu meu interesse por catálise, que se tornou a base para meu doutorado.

Para dar continuidade a essa nova linha de estudo, precisei tomar uma das decisões mais difíceis da minha trajetória: deixar a licenciatura em Química e me exonerar da rede estadual de ensino para focar exclusivamente no doutorado. Motivado pelo interesse em catálise heterogênea, direcionei meus estudos para a remediação de gases poluentes. Assim, em 2015, iniciei meu doutorado em Engenharia e Tecnologia de Materiais na PUCRS, sob a orientação da Prof.ª Rosane Ligabue, com foco no desenvolvimento de diferentes nanoestruturas de titanatos com morfologias variadas. Esses materiais foram aplicados na conversão de CO₂ em carbonatos orgânicos e na conversão de CO₂ e CH₄ em gás de síntese. Graças a essa linha de pesquisa, surgiram duas grandes oportunidades: a primeira foi o início da minha colaboração com o Laboratório de Reatividade e Catálise da UFRGS, sob a orientação das professoras Michèle Oberson de Souza e Katia Gusmão, e a segunda surgiu a partir de um resultado inesperado nas reações de conversão de CO₂ em carbonatos orgânicos, onde encontrei dificuldades em explicar o mecanismo reacional. Isso acarretou em uma extensa pesquisa na literatura em busca de métodos adequados para essa explicação, momento em que conheci uma nova área: a Química Teórica Computacional.

Sem conhecimento prévio no assunto, contei com a inestimável ajuda do Prof. Paolo Livotto, do grupo de Química Teórica da UFRGS, e do Prof. Eduardo Laschuk. Ambos me guiaram no processo de aprendizado, permitindo que eu aprimorasse meus conhecimentos e interpretasse os resultados obtidos. Desde então, segui me especializando nesta área e, atualmente, grande parte das minhas pesquisas utilizam a Química Computacional para explicar a reatividade de diferentes moléculas.

Concluí meu doutorado em 2019 e iniciei um pós-doutorado no LRC-UFRGS, sob orientação da Prof.ª Michèle Oberson de Souza, desenvolvendo catalisadores para a síntese verde de isocianatos aplicados a poliuretanos. Em 2020, retornei à PUCRS para um segundo pós-doutorado em um projeto da Petrobras sobre líquidos iônicos para captura de CO₂. Em 2023, participei do concurso para professor do Departamento de Química Inorgânica do Instituto de Química da UFRGS, na área de Catálise Heterogênea, e iniciei finalmente a carreira que me permitiria conciliar minhas duas grandes paixões: a licenciatura em Química e a pesquisa. Atualmente, tenho a oportunidade de conduzir minhas atividades no LRC, colaborando novamente com a Prof.ª Michèle Oberson de Souza e a Prof.ª Kátia Gusmão. Minhas pesquisas estão focadas no desenvolvimento de sistemas catalíticos heterogêneos aplicados ao upcycling de polímeros, além de estudos utilizando métodos de Química Computacional para avaliar a reatividade de diferentes sistemas.

28 02 SBCAT Idia noticiaNatural de Vitória da Conquista, Bahia, sou graduada em Engenharia Química pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), onde tive meu primeiro contato com a pesquisa ao desenvolver um projeto de modelagem termodinâmica da reação de esterificação do glicerol, sob a orientação do Dr. André Luiz Dantas Ramos. Esse trabalho despertou meu interesse pela área de processos químicos e me motivou a buscar uma formação mais aprofundada.
Após a graduação, tive a oportunidade de atuar como Analista Sênior de Controle de Qualidade na Comolimpa Indústria Química LTDA, entre março de 2013 e abril de 2015. Nesse período, coordenei o setor de controle de qualidade em uma indústria de saneantes, atuando em áreas como desenvolvimento de produtos, produção de embalagens, envase e processos regulatórios. Essa experiência me proporcionou uma visão prática dos processos industriais e aprimorou minhas habilidades de gerenciamento e resolução de problemas.
Entretanto, senti a necessidade de ampliar minha formação e, em 2015, mudei-me para o Rio de Janeiro para ingressar no mestrado do Programa de Engenharia de Processos Químicos e Bioquímicos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Sob a orientação da Dra. Mônica Antunes Pereira da Silva e do Dr. José Luiz Zotin, dediquei-me ao estudo da cinética de hidrodessulfurização de dibenzotiofeno. Essa experiência foi fundamental para consolidar meu conhecimento em catálise heterogênea e processos de refino. No doutorado, também na UFRJ, ampliei meu campo de atuação, investigando a modelagem cinética de reações de hidrotratamento (HDT) em leitos catalíticos em série. Durante a pós-graduação, integrei projetos de pesquisa vinculados à Petrobras, onde atuei como pesquisadora em estudos experimentais e teóricos em hidrotratamento, caracterização de catalisadores e modelagem de processos.
Desde 2021, atuo como pesquisadora no Núcleo de Catálise (NUCAT/COPPE/UFRJ), um dos maiores centros de pesquisa em catálise do país. Nesse ambiente, tive a oportunidade de aprender e colaborar com pesquisadores renomados, o que tem sido fundamental para o meu crescimento profissional. Atualmente, integro projetos de pesquisa voltados para o desenvolvimento de combustíveis sustentáveis, como etanol e querosene de aviação, alinhados às demandas globais por fontes de energia mais limpas e renováveis.
Ainda no início da minha carreira como pesquisadora, busco constantemente novos desafios que me permitam construir uma trajetória sólida e contribuir, de alguma forma, para o progresso científico e tecnológico. Toda a minha formação foi construída em instituições públicas de qualidade, que me proporcionaram as bases necessárias para atuar nessa profissão. Tenho como objetivo consolidar-me como uma pesquisadora comprometida com o desenvolvimento de soluções que impactem positivamente a sociedade, aliando inovação, sustentabilidade e responsabilidade social.

17 01 SBCAT Tamara noticia"Minha formação começou em 2004, na Universidade Federal Fluminense (UFF), onde cursei Engenharia Química. Durante a graduação, realizei uma iniciação científica no Instituto Nacional de Tecnologia (INT), sob a orientação do Dr. Fabio Noronha, investigando a produção de hidrogênio (H₂) a partir da reforma a vapor do etanol. Foi ali que tive meu primeiro contato com a catálise e com o universo da pesquisa.

Após a graduação, participei de um projeto no INT, em parceria com a Petrobrás, focado na produção de ácido acrílico via oxidação do propano. Essa experiência consolidou meu interesse pela pesquisa aplicada, ao perceber o impacto real que soluções tecnológicas podem gerar no setor energético.

Durante o mestrado, realizado também na UFF sob orientação da Dra. Lisiane Mattos e do Dr. Fabio Noronha, investiguei catalisadores para a produção de H₂ através da reforma a vapor do etanol à baixas temperaturas. Já no doutorado, realizado no Instituto Militar de Engenharia (IME), sob orientação do Dr. Fabio Noronha e do Dr. Luiz Borges, estudei o desenvolvimento de um reformador compacto para geração de H₂. Realizei um período de doutorado sanduíche na Columbia University, sob supervisão do Prof. Robert Farrauto, onde aprendi sobre técnicas avançadas de impregnação de catalisadores em monolitos de cordierita. Esse intercâmbio internacional destacou para mim a importância da colaboração científica para a inovação, além de me proporcionar um enorme crescimento pessoal e profissional.

Como pesquisadora de pós-doutorado no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), em São Paulo, concentrei-me no estudo de catalisadores de estrutura modificada do tipo core-shell, visando minimizar os depósitos de carbono durante a reação de reforma do etanol, sob a supervisão do Dr. Estevam Spinace. Paralelamente, participei de projetos desafiadores, como o desenvolvimento de camadas catalíticas para células a combustível do tipo SOFC, com aplicação no uso direto de etanol, em parceria com o Dr. Fabio Coral e a Nissan.

Outro marco na minha carreira foi o período como pesquisadora visitante na Purdue University, sob a orientação do Prof. Rajamani Gounder. Nesse projeto, investiguei zeólitas modificadas aplicadas à reação de upgrade do etanol, visando à produção de SAF (Sustainable Aviation Fuel). Durante esse período na Purdue University, também tive a oportunidade de trabalhar em um projeto em parceria com o Prof. Jeffrey Miller, da Purdue University, e com o Prof. Abhaya Datye, da University of New Mexico, dentro de uma iniciativa chamada C2C (Center to Center), no CISTAR (Center for Innovative and Strategic Transformation of Alkane Resources), um dos principais Centros de Pesquisa em Engenharia financiados pela National Science Foundation (NSF), nos EUA.

Atualmente, atuo como consultora pesquisadora em catálise no Instituto SENAI de Inovação Biossintéticos e Fibras, localizado no Parque Tecnológico da UFRJ. Minha trajetória acadêmica me proporcionou a base e conhecimentos necessários para atuar no desenvolvimento de processos químicos que aliam eficiência e sustentabilidade. No SENAI, trabalho buscando soluções reais para a indústria, ampliando o impacto positivo da ciência na sociedade.

Ao longo dessa jornada, percebi como a catálise transformou minha vida: não apenas me proporcionando ferramentas para contribuir com o desenvolvimento de tecnologias limpas, mas também me inspirando a buscar continuamente maneiras de transformar desafios em oportunidades. Para os novos pesquisadores, meu conselho é: mergulhem na ciência com curiosidade, determinação e ousadia. Não tenham medo de explorar novos caminhos e de se lançar no vasto mundo da ciência sem fronteiras. "

21 02 SBCAT QuemSomos noticiaMinha jornada de mãos dadas com a catálise começou ainda no Ensino Médio, onde o tema "catálise" sempre me despertou interesse e entusiasmo. Sempre me causou espanto o fato de que uma substância tinha a capacidade de modificar/permitir uma reação química. Em 2010, fui cursar Química na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e em 2012 iniciei com minha iniciação científica no Laboratório de Catálise e Organometálicos, orientada pela Prof. Regina Buffon. Foi um período de grande aprendizagem, estudamos catalisadores baseados em carbenos de rutênio para reações de metátese de olefinas. A partir dessa experiência desafiadora e por contato com colegas de laboratório "catalíticos" resolvi migrar da catálise homogênea para a catálise heterogênea. Em 2015, iniciei meu mestrado sob orientação da Prof. Daniela Zanchet, onde comecei a entrar no universo das nanopartículas para catálise. Nosso estudo evoluiu na direção de catalisadores bimetálicos para produção de hidrogênio verde por meio da reforma do glicerol e da reação de deslocamento gás-água. Durante o mestrado fui introduzida às técnicas de luz síncrotron aplicadas à catálise no antigo UVX do LNLS. Continuamos nossa parceria durante o doutorado, onde investigamos sistemas catalíticos variados aplicados à produção de hidrogênio e beneficiamento de biomassa. Durante o doutorado realizei um período de visita no Massachusetts Institute of Technology (MIT), em Cambridge, EUA, onde colaboramos na caracterização de catalisadores do tipo carbetos de metais de transição com o grupo do Prof. Yuriy Román. Após meu doutorado, em 2022, fui para o Karlsruhe Institute of Technology (KIT), Karlsruhe, Alemanha, onde trabalhei como Second Beamline Scientist no Karlsruhe Research Accelerator (KARA), sob supervisão do Prof. Jan-Dierk Grunwaldt. No KARA, nosso foco era em sistemas e instrumentação para estudos in situ/operando de materiais catalíticos utilizando a técnica de Espectroscopia de Absorção de Raios-X, fundamentalmente. Em meados de julho de 2024, voltei ao Brasil para assumir como pesquisadora na linha de luz Paineira do Sirius, que é uma linha de difração de raios-X em pó, tem sido um período de novidades e desafios interessantíssimos, nossa equipe está buscando sempre trazer o melhor resultado para a comunidade de usuários do Sirius. Aproveito para agradecer todos os amigos e colegas que contribuíram e contribuem para minha grata jornada profissional até aqui. Obrigada à comunidade da SBCAT e que possamos contribuir e colaborar mutualmente nos próximos anos.

10 01 SBCAT João noticiaMinha jornada na catálise começou em 2008, quando decidi cursar Engenharia Química na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Durante o ensino médio, minhas paixões por Química, matemática e Física me conduziram ao curso mais multidisciplinar que existe: a fantástica Engenharia Química, uma área que une diversas disciplinas e oferece uma visão ampla das ciências exatas. Ao final do curso, obtive o diploma cum laude.

A catálise tornou-se uma paixão durante as aulas do Prof. Eduardo Falabella Sousa-Aguiar, que, além de professor na UFRJ, atuava como gerente da célula GTL no CENPES, Centro de Pesquisa da o Petrobras. Sua habilidade em conectar a academia à indústria foi inspiradora. Apesar de ter aprendido com ele a relevância dessas parcerias, ainda brinco que não adquiri suas habilidades poéticas, algo que admiro com humor. Em 2013, iniciei meu doutorado em Engenharia de Processos Químicos e Bioquímicos na UFRJ, sob sua orientação, e realizei um período sanduíche na University of Liverpool, onde aprofundei meus conhecimentos em catálise e percebi a importância de compreender o processo como um todo para resolver problemas reais.

Após o doutorado, continuei trabalhando com o Prof. Falabella e o Prof. Pedro Romano, meu amigo desde a graduação e que considero como um irmão. Nossa colaboração se fortaleceu em Liverpool e, juntos, expandimos nossas iniciativas. Quando terminei meu doutorado, comecei a colaborar com o Prof. Donato Aranda, que se tornou não apenas uma grande inspiração para mim, mas também um grande amigo. Donato é a pessoa que melhor entende como transitar entre indústria e academia e, com o tempo, tornou-se parte da minha família acadêmica e pessoal. Ele é meu padrinho de casamento e compartilha comigo não apenas a visão de integrar academia e indústria para resolver desafios da sociedade, mas também o hobby de jogar xadrez. Paralelamente, iniciei minha carreira na indústria ainda durante a graduação, com estágios na Radix e na Braskem. Mais tarde, trabalhei novamente na Radix e na multinacional chinesa Sinochem, onde fui responsável por projetos de P&D e desenvolvimento de novos negócios em tecnologias sustentáveis, estruturando parcerias com universidades e ICTs como UFRJ, USP, UNICAMP, ISI BIOMASSA-SENAI, UFRN entre muitos outros.

Em 2020, tornei-me professor no Instituto de Química da UFRJ e, junto com o Prof. Pedro Romano, idealizei o LIPCAT. Nosso objetivo é criar soluções reais para uma indústria que enfrenta desafios urgentes, como a eletrificação de processos, o refino sustentável e a produção de hidrocarbonetos renováveis para aviação e navegação, os quais demandam novos materiais. Nossa missão é desenvolver esses materiais e inspirar nossos alunos a superar os limites da pesquisa convencional, promovendo uma visão integrada que abrange desde o produto até as condições operacionais, capacitando-os a enfrentar os desafios de um setor em rápida transformação. O momento é único para a indústria, com mudanças nas matérias-primas e fontes de energia. O LIPCAT reflete essa evolução, abordando desde processos de refino, como FCC e hidrotratamento, até eletrocatálise e biocatálise. Acredito que a catálise é a conexão entre o nano e o macro, oferecendo soluções para desafios em todas as escalas.

Hoje, o LIPCAT é o ID.Lab da Galp no Brasil, desenvolvendo soluções sustentáveis para a indústria química e energética. Também lideramos projetos com empresas como Exxon, Qatar Energy, Petrobras e Copa Energia, e colaboramos com pesquisadores de renome, como o Prof. Javier Garcia-Martinez, ex-presidente da IUPAC, em iniciativas inovadoras em sustentabilidade.

Nosso maior objetivo é inspirar nossos alunos a desenvolver soluções que cheguem ao chão de fábrica, seja através de empresas parceiras que acreditam em nossas ideias ou por meio de startups que transformem a indústria química e energética.

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