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01 08 SBCAT Regional 2 quem somos Weberton Reis do Carmo NoticiaDesde o início da graduação em Química, me interessei pela descoberta de novos materiais. Meu primeiro contato com a pesquisa científica foi na área de síntese e caracterização. Entre as técnicas utilizadas, a difração de raios X de monocristais teve papel central, e foi determinante para despertar meu interesse pela cristalografia, pelo estudo do estado sólido e pela investigação de estruturas ainda não descritas.

Minha trajetória na catálise teve início durante o doutorado em Química na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), quando comecei a trabalhar com hidrotalcitas e seus óxidos derivados aplicados em reações de hidrodessulfurização (HDS). Durante o doutorado, tive a oportunidade de me aprofundar no desenvolvimento de catalisadores CoMoS suportados em óxidos mistos de zinco, magnésio e alumínio, com foco em aplicações em reação de HDS. Parte importante da minha formação foi realizada no Laboratório de Catálise Heterogênea (LABCATH-IQ) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde realizei a sulfetação dos catalisadores e os ensaios catalíticos, consolidando minha atuação prática e teórica em catálise heterogênea. Desde então, a catálise passou a fazer parte da minha formação científica e profissional.

Após concluir o doutorado, continuei na área em projetos de pós-doutorado, trabalhando na síntese e caracterização de materiais com estrutura do tipo MFI (silicalita, titanossilicalita e ZSM5) em reações de epoxidação de olefinas e, posteriormente, voltando a atuar com hidrotalcitas aplicadas à HDS, desta vez desenvolvendo catalisadores mássicos.

No Núcleo de Catálise Heterogênea (NUCAT-UFRJ), participei do projeto, voltado ao estudo dos mecanismos de desativação de catalisadores, tive a oportunidade de atuar diretamente em reações de hidrodessulfurização (HDS) em escala piloto. Ao longo do projeto, ampliei meus conhecimentos em técnicas analíticas importantes para o monitoramento e avaliação do desempenho catalítico.

Atualmente, integro o projeto FCC (Future Catalytic Cracking), desenvolvido no Laboratório de Intensificação de Processos e Catálise (LIPCAT-UFRJ). O projeto busca explorar novas matérias-primas, com foco na otimização do conteúdo sustentável de carbono nas frações produzidas. Fazer parte dessa iniciativa, que alinha pesquisa de ponta com os desafios da transição energética tem sido uma oportunidade única.

A catálise mudou a minha trajetória acadêmica e profissional, abrindo portas para a colaboração em projetos estratégicos e permitindo-me contribuir para avanços no desenvolvimento de novos materiais catalíticos. Para mim, trabalhar com catálise é atuar em uma área que conecta ciência, inovação científica, desenvolvimento tecnológico e impacto social.

Acredito que o conhecimento se constrói na colaboração, na troca de ideias e na formação contínua. Nesse sentido, vejo a Sociedade Brasileira de Catálise como um espaço essencial de inspiração e conexão entre pesquisadores comprometidos com soluções sustentáveis para a indústria e para a sociedade.

25 07 SBCAT Francisco noticiaSou natural de Apodi, interior do Rio Grande do Norte. Estudei a maior parte da minha vida em escolas públicas e, em 2011, ingressei no curso de Química Licenciatura na Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN). No terceiro período, iniciei minha participação como aluno voluntário de Iniciação Científica (IC), realizando análises físico-químicas de água como integrante do projeto Água Azul, coordenado, entre outros, pelo professor Dr. Luiz Di Souza (in memoriam).

Durante a graduação, participei de outros projetos de IC e de vários congressos científicos, onde tive a oportunidade de apresentar resultados das pesquisas, e é aqui que se inicia minha trajetória na catálise, pois passei a frequentar congressos voltados para a mesma. Em 2015, concluí minha graduação, sob orientação da professora Dra. Anne Gabriella e coorientação do professor Dr. Luiz Di Souza.

Em 2016, iniciei o mestrado no Programa de Pós-Graduação em Ciências Naturais da UERN (PPGCN-UERN), novamente sob orientação da professora Dra. Anne Gabriella e coorientação do professor Dr. Vinícius Patrício. Minha dissertação teve como título “Síntese em pH fixo e aplicação de Al/SBA-15 no craqueamento de óleos vegetais”. Durante o mestrado, tive a oportunidade de realizar parte das atividades na Argentina, em parceria com o professor Dr. Karim Sapag, da Universidade Nacional de San Luis (UNSL). Lá, aprofundei meus conhecimentos na caracterização de propriedades texturais de materiais mediante adsorção de gases em diferentes temperaturas, uma experiência que foi extremamente enriquecedora tanto no aspecto pessoal quanto acadêmico.

Em 2019, fui aprovado no doutorado em Química na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), tendo como orientadora a professora Dra. Sibele Pergher e como coorientadora a professora Dra. Anne Gabriella. Naquele momento, senti que estava realizando um sonho: ter como orientadora uma pesquisadora que sempre admirei e, como coorientadora, aquela que foi minha incentivadora para começar a trajetória acadêmica. Minha tese de doutorado teve como título “Estudo de réplicas de materiais mesoporosos obtidos a partir de hard template, usando como molde de estrutura CMK-3”.

Entretanto, nem tudo foi fácil. Ainda em 2019, teve início a pandemia da COVID-19, o que obrigou a migração para o home office por boa parte do período de doutorado. Entre 2021 e 2022, retornei ao laboratório, dando continuidade aos experimentos. Em 2023, finalizei o doutorado e, desde então, continuo na UFRN como pesquisador no Laboratório de Peneiras Moleculares (LABPEMOL), coordenado pela professora Dra. Sibele Pergher.

Ao longo dessa caminhada, construí muitas amizades e conheci pessoas admiráveis, que me inspiram até hoje. Espero seguir na carreira acadêmica, desafiadora e ao mesmo tempo tão bonita. Sei que estou apenas começando minha trajetória como pesquisador e que ainda há um longo caminho a percorrer, mas estou determinado a me manter motivado, sempre buscando inspiração nos melhores exemplos.

18 07 Regional 4 Robson noticiaNasci em Ponta Grossa, cidade próxima de Curitiba, no Paraná. Filho de um bancário e uma dona de casa, eu e meus dois irmãos mudávamos de cidade a cada dois anos. Maringá, também no Paraná, foi a cidade onde morei por mais tempo e onde comecei a cursar Engenharia Química na Universidade Estadual de Maringá (UEM) em 1995. No segundo ano do curso, fui apresentado ao mundo da Catálise Heterogênea pela professora Nádia Machado. Roberta Domingues e eu formamos uma dupla dinâmica de bolsistas de Iniciação Científica, para o desenvolvimento de catalisadores aplicados à conversão de etanol em combustíveis e hidrogênio.

Em 2000, minha jornada continuou com o mestrado em Engenharia Química, na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Junto com o pesquisador Leandro Martins, desenvolvemos catalisadores zeolíticos para a conversão de NOx, sob a orientação do professor Ernesto Urquieta-González. Tirei férias da Catálise em 2003, quando o professor Lúcio Cardoso Filho me apresentou ao seu colega Sandro da Rocha.

A nova jornada era na área de Colóides e Interfaces, desenvolvendo moléculas carregadoras de medicamentos para bombinhas de asma, com foco no tratamento de câncer e diabetes. Foram cinco anos de doutorado na Wayne State University (WSU) em Detroit, MI, nos Estados Unidos. Entretanto, o amor pela Catálise falou mais alto, e, como pós-doutor na Brigham Young University (BYU) em Provo, UT, nos Estados Unidos, sob a orientação dos professores William Hecker e Calvin Bartholomew, desenvolvemos catalisadores para a reação de Fischer-Tropsch até 2010.

Chegou a hora de voltar ao Brasil e à família como pesquisador no Instituto Nacional de Tecnologia (INT), com o apoio da minha amiga Sania Maria de Lima. Junto com Fábio Bellot, desenvolvemos catalisadores para a oxidação parcial do metano com a Petrobras em 2010. No entanto, no mesmo ano, me tornei pesquisador da petroquímica Braskem S/A, no departamento de Catálise, na área de Inovação e Tecnologia e, de mala e cuia, troquei um Rio pelo outro. Desde então, contribuí para o desenvolvimento de catalisadores e processos para a conversão de álcoois e a conversão de CO2 em produtos químicos e, atualmente, contribuo para reciclagem química de plásticos.

Sou profundamente grato a minha família, amigos, colegas, professores, orientadores e líderes, por tornarem essa jornada tão enriquecedora, alegre e gratificante. Permaneço motivado a enfrentar novos desafios e a contribuir para um futuro mais sustentável por meio da Catálise.

11 07 SBCAT Regional 2 quem somos Holman Jiovanny NoticiaNascido no interior da Colômbia, em um pequeno município chamado Aquitânia, conhecido por suas paisagens deslumbrantes e por abrigar o segundo maior lago da América Latina, venho de uma família grande e humilde, com 10 irmãos, e pais camponeses. Desde criança, fui fascinado pelas ciências, e pela matemática, o que me levou a seguir um caminho acadêmico voltado para as ciências exatas. Após concluir o ensino médio, migrei para Bogotá, onde me formei em Licenciatura em Física pela Universidade Distrital e, posteriormente, em Bacharelado e Mestrado em Química pela Universidade Nacional da Colômbia. Durante esse período, tive a oportunidade de ensinar nas áreas de Termodinâmica e Físico-Química em várias universidades da cidade, o que me proporcionou uma base sólida e uma profunda paixão pelo ensino e pela pesquisa. 

Em 2015, tomei a decisão de mudar minha trajetória profissional e acadêmica, embarcando em um novo capítulo da minha vida no Brasil. Comecei meu doutorado no Instituto de Química da UFRJ, na área de catálise, sob a orientação dos professores Arnaldo da Costa Faro Jr. e Victor de Oliveira Rodrigues. Foi nesse momento que meu interesse por catálise heterogênea floresceu, permitindo-me combinar meus conhecimentos em termodinâmica e físico-química com as aplicações inovadoras da catálise. Este foi um ponto de virada crucial, onde a teoria encontrou a prática, e minha paixão pela área se intensificou. 

Ao finalizar meu doutorado e já apaixonado pela cidade maravilhosa, decidi ficar no Brasil e seguir minha carreira acadêmica. Iniciei um novo desafio no SENAI, trabalhando com a síntese de zeólitas a partir de resíduos de biomassa. Os resultados obtidos foram surpreendentes e me motivaram ainda mais a continuar explorando o campo da valorização de resíduos. Hoje, realizo um pós-doutorado no LIPCAT, focado na valorização de óleos e bio-óleos, além de desenvolver novas rotas de síntese de materiais, incluindo monolitos produzidos por impressão 3D para reações de grande interesse industrial. 

A jornada na catálise tem sido transformadora, tanto do ponto de vista profissional quanto pessoal. A cada dia, continuo a aprender, inovar e contribuir para um campo que, para mim, não é apenas uma carreira, mas uma paixão que me move a buscar soluções sustentáveis e eficientes para os desafios da indústria. Meu objetivo é continuar explorando novas fronteiras do conhecimento e incentivar novos pesquisadores a se aventurarem nesse campo fascinante, onde a ciência encontra a solução para problemas reais e urgentes.

04 07 SBCAT Regional 2 quem somos Victória Gonçalves NoticiaDesde o ensino médio, sempre fui fascinada pelas reações químicas, o que me motivou a ingressar no curso de Engenharia Química na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em 2010. Durante a graduação, a disciplina de Cinética Química rapidamente se destacou como uma das minhas favoritas, despertando ainda mais meu interesse pela área das reações químicas.

Meu primeiro contato com o universo da catálise ocorreu ainda durante a graduação, durante minha primeira iniciação científica no laboratório de Fotoquímica do Instituto de Química da UFRJ, atuando na área de fotocatálise. Essa experiência foi decisiva para despertar meu entusiasmo pela pesquisa científica. Mais adiante, já na reta final do curso, cursei a disciplina de Catálise Heterogênea, ministrada pelo professor Fabio Toniolo, cuja abordagem me encantou e me levou a procurá-lo futuramente como orientador para o mestrado. 

Concluí a graduação em 2015, com ênfase em Petróleo e Gás Natural – Refino e Processamento, através do Programa de Recursos Humanos da ANP e Petrobras (PRH13). Em 2016, motivada pela excelência acadêmica e pelo reconhecimento do programa de pós-graduação, iniciei o mestrado no Programa de Engenharia Química da COPPE/UFRJ. Àquela altura, já estava convicta da área de pesquisa que queria seguir: a catálise heterogênea. Iniciei então minha pesquisa no Núcleo de Catálise (NUCAT) orientada pelo prof. Fabio Toniolo, desenvolvendo uma dissertação focada na conversão de etanol em produtos de maior valor agregado, utilizando catalisadores baseados em óxidos de nióbio e zircônio modificados. O trabalho contou com a coorientação da pesquisadora Clarissa Perdomo, do Instituto Nacional de Tecnologia (INT). 

Dando continuidade à trajetória acadêmica, ingressei no doutorado no mesmo programa e aceitei o desafio proposto pela Clarissa: trabalhar com catalisadores monolíticos. Desenvolvi então uma tese sobre a síntese de catalisadores de níquel suportados em monolitos cerâmicos para aplicação na reforma a vapor do metano, realizando parte dos experimentos no INT. Essa experiência construiu meu conhecimento na preparação e caracterização de catalisadores monolíticos. 

Durante o doutorado, tive ainda a oportunidade de realizar um estágio sanduíche no Instituto de Catálisis y Petroleoquímica (ICP-CSIC), em Madrid, Espanha, onde aprofundei meus conhecimentos em técnicas avançadas de caracterização, como a espectroscopia Raman operando, aplicada a estudos sob condições reacionais.

Atualmente, continuo atuando na área de catálise heterogênea como pesquisadora de pós-doutorado, desenvolvendo projetos focados na conversão de CO₂, com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento de tecnologias mais sustentáveis e eficientes voltadas à valorização de fontes renováveis de carbono.

]E assim se completam quase 15 anos de trajetória na UFRJ — como uma boa carioca que não quer abandonar o Rio — e quase 9 anos de dedicação ao NUCAT, onde tive o privilégio de construir minha formação acadêmica e científica pelo convívio com excelentes pesquisadores e amigos.

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